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A coleção "Repensar" apresenta obras dos mais renomados teólogos e estudiosos contemporâneos que investigam novas maneiras de conceber e interpretar questões teológicas que instigam a humanidade e a vivência da fé. Andrés Torres Queiruga tem-se caracterizado pela abordagem renovada das grandes questões teológicas, que se colocam no coração mesmo da fé e da pregação cristã, acolhidas com grande fidelidade ao ensino das Escrituras e da Tradição, mas pensadas e encaminhadas na mais estrita coerência com as exigências metodológicas e críticas da modernidade, em confronto com o pensamento, a cultura e o florescimento das mais variadas tradições religiosas, no cenário pluralista de nossos dias. Brinda-nos agora com um belíssimo ensaio sobre a ressurreição. A maneira como coloca a questão e as orientações para soluções aos inúmeros problemas que suscita a fé cristã na ressurreição, coincidem com a posição dos melhores autores contemporâneos, mas supõe a superação de inúmeras falsas abordagens que prevaleceram até um passado recente e ainda hoje estão vivas no vocabulário e na mentalidade mais difundida entre os cristãos e mesmo entre os católicos. Daí o caráter de surpresa para muitos dos seus leitores, mas surpresa salutar, pois Queiruga conseguiu deixar clara a originalidade da fé cristã da ressurreição em meio à diversidade de posições religiosas no que toca às questões fundamentais que todos nos colocamos em face da vida e da morte, do sentido do presente e do futuro da humanidade. Começa tratando da fé na ressurreição e de suas interpretações. Dedica, em seguida, dois belos capítulos sobre a significação da ressurreição: primeiro no contexto do seu surgimento e, depois, no contexto atual. Passa então a estudar, nos dois capítulos seguintes, o nascimento e significado da fé na ressurreição, bem como os resultados que a pregação apostólica obteve por meio dela, para elaborar sua visão mística da vida cristã. Finalmente, situa o Cristo ressuscitado no conjunto do mistério cristão e mostra como se articula, por um lado, nossa relação com ele, vivos ou mortos, e por outro, como elaborar um discurso sobre o ressuscitado que seja válido para nós mesmos e para nossos contemporâneos. Repensar a ressurreição é um dos grandes desafios para o cristão nos dias de hoje. Queiruga, pode-se dizer, o enfrentou com brilhantismo e inegável sucesso.