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Mahâbhârata, épico da literatura indiana, originalmente escrito em sânscrito, é uma obra imensa, que foi condensada pelo poeta Edson Cruz, como mais um título da Coleção Clássicos do Mundo. Livro reverenciado pelos indianos, nele estão os fundamentos filosóficos do Hinduísmo. Texto precioso que trata de sentimentos e verdades universais e aponta, através de suas metáforas, o caminho para viver uma vida iluminada. Nesta versão, Ganesha, o senhor dos obstáculos, é quem toma a pena e molha as palavras para narrar o conflito entre Pândavas e Káuravas, cerne do enredo de Mahâbhârata (que significa a grande história dos Bhârata), em que duas famílias se enfrentam em uma guerra cruel pela disputa do reino da Índia. O momento culminante da narrativa acontece quando o príncipe Arjuna, em um momento de hesitação, confidencia a Krishna o desejo de abandonar o campo de batalha para evitar mortes de amigos e familiares. Krishna, que há muito tempo previra a queda dos Káuravas, convence Arjuna de que aquela guerra fazia parte do destino do reino e não poderia ser evitada: "Aquilo que não é nunca se tornará algo e aquilo que não se tornou algo é porque não era". Intrigas, enganos, política, romances tudo se condensa nesta obra. Um livro em que reis, deuses, homens da boa e da má-fé se encontram no palco da guerra que não apenas reivindica o poder, mas da guerra que lança luz à consciência daqueles que ainda se encontram na sombra. Anasor, estudiosa e admiradora do livro sagrado indiano, através de suas imagens rompendo em cores, apresenta a leitura lúdica da narrativa, em que o seu palco da guerra é o picadeiro do circo, um modo também sábio de se viver uma boa vida.